31 de outubro - DIA DA REFORMA
Martinho Lutero
(1483 - 1546)
A REFORMA PROTESTANTE
Apresentação Teatral
Autor: Rev Dilécio da
Silva Oliveira
CENA 1 - Sala de uma
casa. Ao fundo uma porta. Pelo lado do palco, entram 3 estudantes com suas
pastas escolares.
Marli: Adriana , tenho
que fazer um trabalho sobre a Reforma Protestante do Século XVI. Você tem
alguma ideia para me ajudar?
Adriana: (caçoando) Eu
tenho! Faça um boa pesquisa nos livros... (há!há!)
Marli: Engraçadinha!
Claro que vou pesquisar. Eu só queria que você adiantasse meu trabalho...
Vagner: Pois eu vou
ajudá-la, Marli. Se você não sabe, trata-se da reforma religiosa iniciada por um
monge alemão, chamado Martinho Lutero.
Marli: E o que ele
reformou?
Adriana: Lutero reformou
a Igreja, fazendo-a voltar aos princípios bíblicos. A Igreja daquela época
estava cheia de erros na doutrina e na prática religiosa.
Marli: Que interessante! Fale
mais sobre o assunto.
Adriana: Ao se fazer
monge, Lutero não levou uma vida fácil. Acreditava que pudesse justificar sua
alma perante Deus, através de seus próprios esforços. Rezava muito, suplicando
a Deus o perdão. Fazia muitas penitências. Maltratava seu corpo com um chicote,
abstinha-se de comer e beber até por três dias consecutivos, subia de joelhos
escadarias inteiras... mas não encontrava a paz que tanto procurava.
Vagner: Agora, deixem-me
falar também! Hum!!... Foi num dia triste desses que ele encontrou resposta
para suas aflições, foi assim...
CENA 2 - Pela porta, ao
fundo, entra Lutero com uma Bíblia na mão e fala, dirigindo-se à platéia.
Lutero : Oh, meu Deus!
Sinto-me afundar! Minhas obras de caridade, meus sacrifícios e penitências, por
maiores que sejam, não trazem paz a minha alma! Responda-me, Senhor, onde achar
a paz? Onde? Onde?...(Senta-se, começa a folhear a Bíblia, buscando algo... de
repente, exclama) Está aqui, bem diante de meus olhos, na Epístola de Paulo aos
Romanos, capítulo 1, verso 17: "O justo viverá por fé"!!! Então, é
isso! A justiça vem pela fé, não depende de qualquer obra! Isto significa que
estou perdoado! Estou justificado perante Deus! (sai)
CENA 3 - Entra D. Rute, a
mãe de Adriana, oferecendo a todos um suco.
D. Rute: Aceitam um suco?
Hoje, o dia está tão quente!... (distribui os copos, todos agradecem)
Adriana: Pois é, com
relação a justiça que provém da fé, Lutero viu, por fim, que a salvação é ganha
pela confiança em Deus, mediante Jesus Cristo, e não pelos ritos, sacramentos e
penitências da Igreja. Isso mudou totalmente a sua vida e todo o curso da
história.
D. Rute: Posso participar
da conversa? (todos respondem: "É claro!") Além de Lutero sentir-se
tremendamente enganado pela doutrina religiosa que vinha seguindo, pregou
severamente contra a venda de indulgências.
Marli: Indulgências?... O
que é isso?
Adriana: Foi o seguinte:
o Papa Leão X, querendo arrecadar dinheiro para sustentar o luxo da corte papal
e também terminar de construir a Basílica de São Pedro, em Roma, formulou um
documento, onde dizia que, em troca de determinada quantia em dinheiro, as
pessoas recebiam o indulto das penas impostas pela Igreja pelos seus pecados.
D. Rute: Entre os
vendedores de indulgências, um dos mais hábeis e ativos era o monge Tétzel, que
tinha preços fixos para todo tipo de pecado, como adultério, perjúrio,
sacrilégios, assassinato e outros. Vendia cartas de indulgências até para
pecados que pudessem ser cometidos no futuro...
CENA 4 - Pela porta, ao
fundo, aparece Tétzel com um cofre nas mãos.
João Tétzel: Senhores e
senhoras, Ninguém precisa mais sentir os sofrimentos do purgatório! É só o seu
dinheiro tilintar no fundo deste cofre e a alma de seus entes queridos saltará
para o céu!
(entram pessoas
interessadas em comprar as indulgências e conversam com Tétzel)
1º interessado: Senhor
monge, se eu pagar por esse direito, minha alma ficará garantida contra as penas
eternas?
João Tétzel: Sim, é isso
mesmo!
1º interessado: Então,
desejo pagar pela minha salvação! (paga)
2º interessado: Senhor
monge, minha tia era muito má. Ela faleceu há três meses. Comprando a
indulgência, ela será salva?
João Tétzel: Claro, como
já lhes informei, no mesmo momento que a moeda ressoa no fundo do cofre, a alma
sai do purgatório.
(Tétzel vai saindo,
feliz, balançando o cofre cheio de moedas).
CENA 5 - Do outro lado do
palco, o grupo de estudantes continua comentando.
Marli: Que horror! Agora
posso imaginar a revolta de Lutero contra tantas mentiras e maldades.
D. Rute: Realmente!
Lutero era um sacerdote sério, consciente, e sentiu-se na obrigação de
admoestar o povo contra aqueles abusos e práticas erradas.
Vagner: Entre outras
coisas, Lutero defendeu a verdade de que a única cabeça da Igreja é Jesus
Cristo, e não o papa. A situação foi se agravando e o papa o excomungou, mas
Lutero nada temeu, continuou firme, defendendo os verdadeiros princípios
bíblicos.
CENA 6 - Entra Lutero
pela porta, ao fundo, trazendo nas mãos uma comprida folha de papel, um martelo
e pregos.
Lutero: Grande mentira se
tem vendido entre o povo! A salvação não pode ser comprada por dinheiro, nem
por qualquer outro mérito. Os cristãos são salvos pelo dom da graça de Deus,
aceita pela fé em Jesus Cristo. E basta o arrependimento sincero para receber o
perdão de Deus. Aqui estão as provas bíblicas contra todas as falsas doutrinas
da Igreja Católica Romana.
(toma o documento, onde
em letras grandes pode-se ler: "95 teses", e prega na porta, saindo a
seguir)
CENA FINAL - D. Rute e o
grupo de estudantes posicionam-se no centro do palco.
Vagner: As 95 teses que
Lutero pregou na porta da Catedral de Wittemberg, no dia 31 de outubro de 1517,
deram início a um dos acontecimentos mais importantes da história: a Reforma
Religiosa!
D. Rute: É bom lembrar
que isto custou a Lutero ameaças de prisão e de morte. No entanto, Deus não
permitiu que ele fosse transformado em mártir. Protegido pelo príncipe da
Saxônia, Frederico o Sábio, Lutero refugiou-se no Castelo de Wartburg, período
em que aproveitou para escrever vários livros. Porém sua obra mais grandiosa,
neste tempo, foi a tradução da Bíblia para o idioma alemão. Isto possibilitou
ao povo ver com seus próprios olhos os erros do Catolicismo Romano.
Adriana: Mais ainda, mãe,
para responder por seus atos contra a Igreja, Lutero foi convocado a comparecer
diante da Dieta de Worms, uma assembleia formada por príncipes e representantes
de várias cidades.
Marli: E ele teve coragem
de comparecer diante desse terrível tribunal religioso?
Adriana: Teve, sim. As
pessoas diziam para ele não atender a convocação, porque poderia ser morto, mas
ele respondia: "Irei, sim, ainda que haja lá mais demônios que as telhas
deste castelo!"
Vagner: Sabe, Marli, A
intensão de Lutero não era fundar uma outra Igreja, ele desejava ver uma
reforma no seio da própria Igreja. Porém, em Worms aconteceu o que chamamos de a grande cisão da Igreja. Os
que estavam presentes no tribunal e concordaram com as posições de Lutero,
passaram a compor a Igreja Protestante, e o outro grupo permaneceu no
Catolicismo Romano.
D. Rute: Os ideais da
Reforma Protestante não ficaram só na Alemanha, explodiram em diversos lugares
ao mesmo tempo. Na Suíça levantou-se Zwínglio, Calvino e outros. Na França,
Farel, Lefèvre, o próprio Calvino e Melancton. E, assim, a reforma progrediu
rapidamente, atingindo os Países Baixos, a Dinamarca, a Suécia, a Noruega, a
Inglaterra, a Polônia, a Boêmia, a Áustria, abalou até a Espanha e Portugal.
Por ordem da Igreja Romana muitos crentes foram queimados vivos. A Espanha
sufocou o movimento a ferro e fogo. Nos Países Baixos, cem mil vítimas foram
massacradas. Na França se processou uma carnificina, que ficou conhecida como a
"Noite de São Bartolomeu", quando morreram entre oitenta a cem mil
huguenotes. Porém nada pode deter o poder maravilhoso do evangelho, a Verdade
foi proclamada a todos os ventos, e, hoje, somos milhões e milhões de crentes
em todo o mundo. E, a cada dia, mais e mais pessoas vêm aos pés de Cristo para
receber gratuitamente a salvação pela fé.
Marli: Foi muito bom
ouvir esta linda história. Agora, já sei o que vou escrever no trabalho que
tenho para fazer. Agradeço a cooperação de todos vocês.
Adriana: Esperem um
pouco! Antes de vocês sairem, vamos todos cantar um hino composto por Martinho
Lutero. O nome do hino é "Castelo Forte". Ele é considerado o hino
universal do evangelismo.
(Todos os presentes,
atores e plateia, cantam juntos o hino "Castelo Forte" - nº 155 do
Hinário Novo Cântico)
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